Após uma primeira temporada sólida e fiel ao livro, a segunda temporada de His Dark Materials chegou ao fim no sétimo episódio. Ao final, a série conseguiu tudo o que os fãs mais esperavam: manter o que estava bom e consertar o que estava ruim.
A segunda temporada se inicia consertando o grande erro da primeira, abordando, dessa vez sem medo, os assuntos relacionados à Autoridade e ao Magisterium. Já no primeiro episódio, vemos as consequências das ações de Lorde Asriel, pelo ponto de vista dos membros do Magisterium. Para quem não se lembra, ao final da primeira temporada, o personagem, às custas do melhor amigo de Lyra, abre um portal entre os mundos. Somos então introduzidos aos dois lados de uma guerra que está por vir. De um, aqueles que apoiam a Autoridade e tudo o que ela representa, não apenas no mundo de Lyra, mas em todos os mundos. Do outro, aqueles que são a favor do livre arbítrio e do fim de um destino previamente traçado.
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Outro ponto que a série acerta dessa vez, é mostrar mais as interações dos Deamons, dando finalmente a noção, para quem está assistindo, da importância que eles tem na história. No entanto, para quem leu a trilogia de Pullman, pode continuar sentindo falta dessas interações em alguns momentos, já que nos livros a presença dos Daemons continua sendo muito maior.
Para fechar o leque de problemas da primeira temporada, a atuação de Dafne Keen, tão criticada em seu primeiro ano, consegue mostrar bem o amadurecimento da personagem Lyra Belacqua. A atriz nos entrega uma atuação sólida, com direito a uma cena de tirar o fôlego com Ruth Wilson no quinto episódio da temporada.
His Dark Materials em seu melhor ano
Já no primeiro episódio, temos o tão aguardado encontro entre Lyra e Will, e aqui vemos o quanto a série acertou ao abordar a história de Will na primeira temporada simultaneamente à de Lyra, dando um ritmo excelente para a história. Isso, no entanto, não acontece no livros, já que conhecemos Will apenas no segundo.
A série nos surpreende em seu novo ano ao passo que fecha as pontas soltas deixadas pela primeira temporada e nos introduz a novos elementos e questionamentos. Sempre mantendo um ritmo sem pressa mas também sem se arrastar, a série acerta ao conseguir deixar os fãs ansiosos na medida certa. Nessa nova temporada, entendemos mais sobre o Pó e de que forma ele é conhecido no nosso mundo, através da introdução de uma personagem que traz carisma e cenas leves ao show- Dra Mary Malone (aqui interpretada por Simone Kirby).
Outra grande surpresa (ou nem tanto) é a atuação impecável de Ruth Wilson, que consegue nos entregar ainda mais. Nessa nova temporada, vemos de forma aprofundada a complicada relação de Marisa Coulter com seu Daemon e sua jornada como mãe de Lyra. Além disso, contamos novamente com a presença de Lin-Manuel Miranda como Lee Scoresby, trazendo um carisma que beneficia a história. A adição de uma cena entre os dois personagens, que não está presente nos livros, arrancou diversos elogios dos fãs.
No entanto, para quem não leu os livros, pode ter uma surpresa. Nesse ano, James McVoy apareceu por apenas poucos minutos em toda a temporada, já que seu personagem, Lorde Asriel, não aparece no segundo livro. Apesar de os produtores terem tido a intenção de introduzir um episódio contando sua jornada, devido ao covid-19, a produção foi suspensa e o episódio descartado.
Terceira temporada
Apesar de se mostrar melhor que em seu primeiro ano, a nova temporada não foge totalmente dos erros. O principal deles foram as explicações rasas, ou às vezes a completa falta delas, em arcos que são aprofundados nos livros, mas na série acabaram ficando sem uma razão para estarem ali. Como o arco das crianças de Cittàgazze e suas interações com Will e Lyra ao longo da história. Ao longo dos episódios, esperamos por um desenvolvimento que, ao final, a série não entrega de forma satisfatória. Com isso, nos resta apenas esperar que a terceira temporada aborde os temas de forma mais profunda e conclua a série sem pontas soltas.
Com a terceira e última temporada já confirmada, His Dark Materials encerra esta temporada com cenas marcantes, atuações impecáveis e despedidas à personagens que amamos. Se desenvolvendo, no geral, de forma satisfatória, a série nos deixa eletrizados do início ao fim e aguardando ansiosos pelo final da trilogia.
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