Esse novo filme de animação, que adapta a linha dos Novos 52 dos quadrinhos, traz a grande batalha final que os heróis da Liga da Justiça e companhia travam diante da ameaça do tirânico de Apokolips, além de trazer o fim desse universo.
Em Liga da Justiça Sombria: Guerra de Apokolips vemos os heróis levando a guerra, que foi iniciada em Liga da Justiça: Guerra (2014), até o planeta de Darkseid, onde depois de uma batalha terrível e repleta de baixas, o vilão consegue eliminar a maior parte da Liga e os heróis sobreviventes procuram retomar uma vida com as consequências disso em um mundo pós-Apokoliptico.
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Esse acontecimento explode logo para o espectador, que nos primeiros minutos já encontram os heróis no caminho do combate, que foi articulado nas animações anteriores, e logo em seguida presenciam um mundo em queda 2 anos após a batalha. O que pode causar uma certa estranheza no imediatismo da história, mas que mais pra frente é justificado.
John Constantine e a Liga da Justiça Sombria
Nesse ponto é mostrado o personagem que conduzirá o filme, embora seja um filme de vários heróis, ela foca em John Constantine, um membro da Liga da Justiça Sombria – uma justificativa para o título da animação – que se encontra num bar apenas sobrevivendo os dias que lhe resta e lamentando a sua atitude na batalha, mas que logo recebe a visita de um Superman sem poderes e uma Ravena lutando contra o espírito de seu pai que procura domina-la.
Juntos eles buscam a ajuda de Constantine para encontrar os membros da Liga remanescente e montar um contra-ataque a Darkseid, para quebrar o domínio do tirano sobre aqueles que ainda vivem.
Logo mais membros da Liga, que conseguiram escapar e se esconderam do massacre de heróis, e também membros do Esquadrão Suicida, vão aparecendo unindo-se a investida, montando um grupo improvável de personagens que antes lutavam em lados opostos, mas que encontram ali um objetivo em comum.
Desenvolvimento de personagens
Embora a galeria de personagens seja grande, o filme conseguiu uma maneira de englobar todos, que não eram poucos, criando propósitos para cada um e justificando a perda de outros. Isso levou uma certa aceleração nas ações do filme e resoluções rápidas para cada personagem, o que justifica a explosão de ação nos primeiros minutos, de certa forma para manter uma duração habitual de animação de 90 minutos.
O filme conta com uma violência explicita e brutal, o que traz o tom dramático e sombrio para a história e também o que deixa a assinatura da DC nela, visto que em todas as suas animações sempre mostrou um grau maior nesses pontos, onde heróis e personagens sangram e se machucam, o que acaba agradando os fãs, pois foge um pouco do herói imbatível. E Darkseid provou ser um tipo de vilão que usa de todas essas armas e que sua aniquilação não fica só em palavras enquanto dá tempo para o super-herói aparecer e salvar todo mundo. Seu dialogo onde impõe sua vontade pode parecer um tanto rasa, com frases feitas, mas que meio para manter o equilíbrio e sua soberania é recompensada com ações de um ser super-poderoso e dominador.
A importância de John Constantine
John Constantine parece se guiar bem em meio a todo caos e perdas que a história proporciona, mesmo com seu início em queda, e passa a ter um símbolo de heroísmo similar a trindade habitual – Superman, Batman e Mulher-Maravilha – sua apresentação, tanto nesse filme quanto em animações anteriores, parece ser de um personagem sem sentimentos e presunçoso, mas com suas ações pensadas e sem interferência do desespero, criam-se chaves e reviravoltas para todo o desenrolar da história, o que faz entender o porquê dele estar ali.
Para quem acompanha a saga da Liga percebe que ele resgata acontecimentos importantes do passado, que os levaram até aquele momento e como isso pode ajudar a resolver tudo.
Referências – Liga da Justiça
Um momento importante é quando ele resgata o evento da animação de 2013, Liga da Justiça: Ponto de Ignição, onde o Flash, entrando na Força de Aceleração, cria a linha do tempo atual dessas animações e que ao longo de 16 filmes conta toda a história até Guerra de Apokolips. E esse Ponto de Ignição se torna um acontecimento crucial para a conclusão desse filme e da saga, agora por uma iniciativa de Constantine, mesmo sendo uma ação repetitiva já apresentada aos fãs.
O filme mostra que é possível fazer uma queda sombria dos heróis e que aqueles que pareciam ser imbatíveis possuem sempre algo a perder. E entregar uma nova ascensão para cada um. Com um roteiro amarrando todas as histórias dos personagens, ainda que mostrado muito por alto em algumas partes, e conseguindo alinhar algumas pontas soltas das animações anteriores. É entregue uma conclusão, não apenas um final para que cada personagem siga sua aventura, mas algo que fecha e põe um The End na história. O que pode deixar vários fãs satisfeito com esse resultado e de certa forma ansiosos para a inovação que o estúdio pode trazer nas produções desses heróis.