Título: O trono do sol – a magia da alvorada – o ciclo Nessântico – livro um
Título original: A magic of twilight
Autor(a): S. L. Farrell
Páginas: 580
Editora: Leya
ISBN: 9788580444483
Valor médio: 35,00
Um lugar conhecido como a terra da luxúria e perigo já mostra um pouco que é o local ideal para guerras, traições e brigas políticas. Essa terra conhecida como Nessântico é o cenário principal do livro O Trono do Sol – A Magia da Alvorada (Leya, 2012). Esse é primeiro volume da saga Ciclo Nessântico, que traz uma série de elementos de uma era de reinos, no qual a religião e a magia têm grande poder em decisões .
O livro vem seguindo a fama das Crônicas de Gelo e Fogo, incluindo uma nota do autor da saga, mas aqueles que esperam que essa história seja uma nova Guerra dos Tronos, se enganam. Isso porque o autor, S. L. Farrel, tem um estilo diferente de escrita, explorando os personagens em diferentes contextos para servir de narrativa cronológica.
A história se passa em Nessântico, um reino baseado na Europa renascentista, governado pela Kraljica (imperatriz) Marguerite, portadora da paz entre todos os povos e controladora de um lugar rico e cobiçado por todos. O povo vive pela fé Concénziana, que tem grande poder em toda a região, guiados pelo Archigos ( semelhante ao Papa), que junto com os Téni’s (padres e acólitos) espalham a palavra da fé e fazem uso da magia – Ilmodo -, para controle e manutenção do reino. Porém, a ameaça de uma rebelião no reinado vizinho faz com que Nessântico comece a se organizar para que a paz não seja abalada. No entanto, outras pessoas observam isso como uma oportunidade de crescer e tomar o controle da região, fazendo com que os conflitos internos e políticos sejam sempre discutidos e colocados em prática. Gerando traições e alianças improváveis, ambos buscam estar no lado mais forte.
Nesse livro, vemos o desenrolar da trama pelos pontos de vista de vários personagens – divididos em capítulos. Contudo, o leitor pode precisar de um pouco de paciência no início, pois além de existirem termos específicos da história (Kraljica, Archigos, Téni e outros), fazendo-o recorrer a um glossário que existe no livro e cansando a leitura, a história só ganha força na metade do livro. Dessa forma deixa a primeira parte apenas para as subtramas de cada personagem, como disputa religiosa, apresentação de ambiente e de cargos de controle. Um exemplo é quando uma das personagens principais – Ana co’Seranta – se vê colocada como prometida a um cargo apenas por interesse político.
Sobre os personagens, alguns são de extrema importância, tanto em seus conflitos, quanto na luta pelo poder, ao contrário de outros que só aparecem como objeto de transição da história. Por outro lado, entre os personagens de importância, alguns não são bem desenvolvidos, sendo muito apáticos. Podendo deixar o leitor um pouco frustrado com suas atitudes.
Outro ponto da história, é que a religião e a magia são muito fortes e importantes, além de serem um dos precursores de lutas e preconceitos existentes. Isso acontece porque pela fé Concénziana, todos aqueles que usam a magia e não são devotos dessa crença são considerados hereges, indignos e responsáveis pelas coisas ruins que acontecem no reino. Isso acontece com os Numetodos, que se trata de um povo que não segue essa fé e é recebido com preconceito pela maioria dos personagens. Posteriormente abrindo uma trama para disputas religiosas que podem influenciar nas alianças formadas.
O livro O Trono do Sol – cuja publicação original se chama A magia da Alvorada, apenas e, curiosamente, recebeu novo título no Brasil devido ao sucesso de A Guerra dos Tronos. Conta com O Trono do Sol em si (um trono mágico que irradia um brilho semelhante ao sol) somente como um objeto de título. Já que o principal objetivo de todos é o poder e o controle das regiões. Não somente do título de rei sobre o trono. E isso é mostrado claramente pelos personagens, que veem na guerra a melhor solução para que isso aconteça.
Um dos fatores que também podem desanimar o leitor é como as lutas acontecem, pois são descritas de forma muito superficial e confusa. O autor, mesmo sabendo criar e descrever bem o reino e a sociedade, acaba falhando um pouco em descrever as lutas e os combates físicos dos personagens. Ou seja, por ser muito direto em alguns pontos, ou por esticar demais os detalhes de campo, o que pode deixar o leitor confuso.
Por fim, para aqueles que gostam de uma leitura de guerra, política, disputas internas e feitiçaria, esse livro corresponde a essas expectativas. Apesar de sua grande quantidade de páginas, com o tempo a leitura acaba sendo tranquila e flui bem. Ainda com a barreira dos termos, O Trono do Sol também apresenta um novo mundo para os amantes de leitura de fantasia-medieval. Um mundo que pode encantar e fazer com que continuem a leitura dessa trilogia pelo reino Nessântico.
LEIA TAMBÉM:
– RESENHA | Leah fora de sintonia – Becky Albertali