Título: O trono do sol – a magia do anoitecer – o ciclo Nessântico – livro dois
Titulo original: A magic of nightfall
Autor(a): S.L. Farrell
Páginas: 640
Editora: Leya
ISBN: 9788580447897
Valor médio: 38,99
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Um reino que não cansa de surpreender, tanto politicamente quanto em viradas de controle sobre um povo e também na magia que habita no mundo. Neste segundo volume, da trilogia do Ciclo Nessântico, O trono do sol – A magia do anoitecer (Leya, 2013) o leitor embarca nos resultados dos acontecimentos do livro anterior. Ao passo que traz novas tramas e conflitos que ameaçam o reino deixando um clima hostil por todo lugar, já que tudo o que eles achavam que conheciam não é mais o mesmo.
O livro começa apresentando uma Nessântico 27 anos após os acontecimentos do primeiro livro O trono do sol – a magia da alvorada, mostrando um mundo que agora está dividido. Nele está os Domínios, onde fica Nessântico, e a Coalizão Firenzciana, um reino inimigo sob o governo de um Hirzg, semelhante a um governador desse reino, que busca continuar os planos do seu pai e se tornar o único governante de todos os reinos. No meio desse conflito, a fé também está dividida com cada reino tendo um Archigos, um papa da fé concenziana, que se intitula ser o verdadeiro líder, acusando o representante do reino inimigo de ser um herege. Nesse conflito religioso se encontram os Numetodos, um povo sem religião, que diferente do livro anterior já estão mais integrados ao povo de Nessântico. Embora ainda sofram com preconceitos em relação a sua fé.
“Havia os sinais reais e indiscutíveis também. Os Domínios foram rachados…”
O livro também traz uma outra guerra em andamento. No outro lado do continente, onde o exército dos Domínios enfrenta um inimigo, o reino de Hellin pode se mostrar muito mais poderoso do que aparenta ser, trazendo um novo tipo de magia nunca antes vista.
Desde já é mostrado que personagens secundários no livro anterior se tornam principais nesse. O primeiro deles é Allesandra ca’Vorl, que agora é uma governante de um de um reino pequeno e mãe do jovem Jan ca’Vorl, que busca ser como o avô e se tornar um grande guerreiro. Posteriormente, os status hierárquicos, algo de grande importância para a política, de alguns personagens foram mudam. Isso implica diretamente nas conspirações criadas dentro do reino.
Além disso, outros novos personagens são apresentados, os quais vão se tornando de grande importância para a história. Ainda que no começo não tenha relevância, demorando alguns capítulos para terem evolução, mas que lá na frente interferem diretamente na resolução de algumas tramas. Uma delas é a Pedra Branca, uma assassina que embora não tenha lados nos conflitos, vivendo sua própria história, é uma personagem necessária para as reviravoltas.
“Durante sua ascensão, transformou-se na mais famosa, mais bonita e mais poderosa de sua espécie”
Uma novidade que este segundo volume traz é a representatividade de muitos personagens que antes ficavam escondidos ou não tinham destaques. Além de mostrar a diversidade que o autor criou na trama para que os personagens se tornem mais reais para o leitor. Juntamente com novas culturas presentes, novos lugares e características, dão ao leitor a possibilidade de explorar e expandir mais o mundo onde se passa a história.
Neste livro é possível notar algumas diferenças em relação ao primeiro volume. S. L. Farrell parece acertar em dar uma leitura mais dinâmica, mais fluida e mais explicativa em alguns pontos. Além de ter uma melhora, apesar de pequena, em relação a descrição das batalhas, nas quais o leitor pode situar melhor a ação. Sobre esse ponto, o livro está recheado de momentos de tensão e luta dos personagens, o que pode deixar o interesse pela resolução maior, prendendo o leitor nas páginas seguintes.
Um dos erros fica com as atitudes repetidas de certos personagens, pois parecem estar ali apenas para serem um suporte para a história, que pode cansar o leitor, e que pouco acrescenta naquele momento. Além disso tem as adições exageradas de termos e discursos que não trazem grande peso para a história.
“Havia uma kraljica no Trono do sol, mas elas olhavam para um império que murchou e encolheu”
Mesmo que o livro possua novos mistérios de grande impacto, nem todos eles atingem esse objetivo e acabam entregando resoluções fracas. Porém, o ponto chave que o autor passa a deixar bem claro na resolução é mostrar que o reino Nessântico é o personagem principal desse livro e como ele sofre com as tomadas de decisões e, consequentemente, com as batalhas.
Ao passo mostra que dominar esse reino é algo de grande valor e que acaba abalando as pessoas que vivem nele. Além de existir uma nova magia herege aos olhos da fé, com alto poder de destruição e também de persuasão, que começa a desacreditar se a antiga magia ainda é vantajosa para eles.
Para conclusão, este segundo volume traz um peso maior a trilogia. Embora deixe pontas soltas para a continuação, carrega uma história que pode encantar mais o leitor por esse reino, onde o jogo político passa a ter papel principal em ambos os lados da guerra. Juntamente com essas reviravoltas, existem os dramas familiares e pessoais dos personagens, os quais nesse livro possuem altos e baixos. Além de decisões marcantes para o futuro.
Todavia, a história tem uma evolução em todos os pontos que o constituem, na medida em que entrega um livro recheado de fortes viradas de rumo e com um final que deixa a história rachada para uma conclusão futura, assim como um reino à deriva na guerra.
Enfim, é um livro que não decepciona os amantes de batalhas e suas reviravoltas, tampouco os apaixonados pela magia que envolvem reinos antigos. Dessa forma encantando mais os fãs da trilogia O trono do sol e trazendo uma queda para uma possível nova ascensão.
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