Título: William Wenton e o ladrão de Lurídio
Título original: William Wenton and the luridium thief
Autor(a): Bobbie Peers
Páginas: 224
Editora: Harper Collins Brasil
ISBN: 9788595081338
Valor médio: 34,90
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Gênio, criptólogo e fugitivo. Esse é o perfil de William, um garoto gênio que explorando enigmas e, a procura de pistas do seu avô, embarca numa aventura, ao melhor estilo “O escolhido” e “Jornada do Herói”, pelo mundo de criações mecânicas, robôs e mistérios em William Wenton e o Ladrão de Lurídio (Harper Collins Brasil, 2017), livro do escritor e diretor norueguês Bobbie Peers.
Na obra, acompanhamos o personagem título vivendo escondido com seus pais numa Noruega dos tempos atuais. Sua vida é chegar da escola e passar o dia lendo os milhares de livros de seu avô, desaparecido há alguns anos. Mas seus pais adotam medidas para que o filho não se exponha ao mundo e evite ter qualquer contato com algo que desperte a sua ambição por enigmas para não seguir os caminhos do avô, um criptólogo famoso que viajava o mundo. Tudo muda quando William acaba ganhando, por acidente, um concurso de decifrar códigos e sua inteligência é exposta. Temendo alguma ameaça, ele se prepara para fugir, mas logo é atacado por um robô gigante. Porém, ele é resgatado por membros do Instituto, uma escola especial para jovens se tornarem os maiores criptólogos do mundo. William descobre que seu avô ajudou a fundar o Instituto e começa a procurar respostas do paradeiro dele.
Ao longo da história fica mais evidente que William é uma pessoa especial e algumas coisas que acontecem com ele, junto com o mistério do seu avô, comprovam isso. Isso é mostrado quando descobre o que é o Lurídio, do título, que é contado para ele de forma meio forçada, como sendo um objeto de grande importância do Instituto. Por se tratar de um metal vivo, mas que foi roubado.
O livro tem uma leitura muito fluida e tranquila, bem característico do gênero infantojuvenil. No entanto, acaba tropeçando em uma aceleração dos acontecimentos, o que pode deixar a construção e exploração de todo o ambiente e universo em que acontece a história, meio em falta, mesmo com todas as descrições. O terreno do Instituto só é apresentado ao leitor conforme William o explora. E mesmo em momentos da história nos quais ele é levado a salões secretos, a orientação acaba sendo perdida e o leitor só encontra o personagem quando ele para em um ambiente fixo, criando um salto de ambiente.
Entretanto, um ponto que funciona na leitura da história, são as invenções. William está num lugar repleto de máquinas onde cada uma tem sua função ali, mesmo as mais inúteis. Sua funcionalidade e formato é bem descrita o que pode permitir o leitor a imaginar um objeto bem tocável. No decorrer da história, quando o personagem encontra um objetivo, a ação se torna algo que fica em débito, mesmo com os elementos que apontam para uma possível barreira ou luta de William, apenas serve para que ele corra mais, literalmente em alguns pontos, para chegar no final de sua busca.
A preparação do terreno para um desfecho pode decepcionar um pouco os fãs, embora as menções de que existe um vilão oculto em momentos da história trace um clima de mistério e tensão maior. Contudo, alguns momentos corriqueiros, mencionados anteriormente, podem deixar certa estranheza, mesmo em pontos de resolução. Por outro lado, a tecnologia da história ajuda justificando alguns fatos, mas não impede o surgimento de pontas soltas e sustos de ação, os quais podem não trazer uma empolgação para aquele que lê e busca um final digno de uma aventura.
Ainda que a história deixe abertura para futuros livros, o primeiro se torna algo para ser lido com tranquilidade. Feito para agradar leitores que gostam de uma aventura leve infantojuvenil. Talvez vendo uma semelhança com Harry Potter – o que é usado como propaganda para história na contra capa – e os que curtem acompanhar um “herói escolhido” em busca da resposta de um mistério. Onde existe um “mal” arquitetando algo contra aquele que tem um poder para vencê-lo, o que com certeza tem em William Wenton.
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