O Séries Brasil é composto por pessoas apaixonadas por séries de tv e cinema. Não somos formados na área, portanto, são críticas feitas de fã para fã, com o intuito de facilitar e democratizar a leitura para todo o tipo de pessoa.
FICHA TÉCNICA
Título: A Garota da Vez
Classificação indicativa: +16 anos
Gênero: Suspense
Duração: 1 hora e 35 minutos
Direção: Anna Kendrick
Elenco: Anna Kendrick, Daniel Zovatto, Autumn Best, Tony Hale, Nicolette Robinson, Kathryn Gallagher, Jedidiah Goodacre e Kelley Jakle
Sinopse oficial: A GAROTA DA VEZ é baseado na história real bizarra de Cheryl Bradshaw (Anna Kendrick) e Rodney Alcala (Daniel Zovatto). Bradshaw era uma solteira em busca de um pretendente no programa de TV de sucesso dos anos 70, “The Dating Game”, e escolheu o solteiro charmoso nº 3, Rodney Alcala. No entanto, por trás da fachada gentil de Alcala havia um segredo mortal: ele era um serial killer psicopata em meio a mais uma onda de assassinatos.
TRAILER OFICIAL
CRÍTICA COM SPOILERS
Se tem alguém que já me cativou em assistir “A Garota da Vez”, esse alguém se chama Anna Kendrick. Lembro da primeira vez que a conheci em “Crepúsculo”, até que sua carreira decolou de vez ao conseguir o papel principal na franquia “A Escolha Perfeita”. Kendrick é uma atriz bastante versátil que sabe se adequar a todo tipo de papel e agradar com a sua atuação. Mas, em “A Garota da Vez”, tem um plus: além de atuar, ela dirige o seu primeiro longa. Eu nunca tinha ouvido falar desse caso surreal, então, além de ser surpreendido com a trama, o trailer não entrega absolutamente nada da história e vai além, nos surpreende ainda mais com flashbacks de outros crimes cometidos pelo assassino Rodney Alcala.
No começo do longa os fãs de “A Escolha Perfeita” (tipo eu) vão ficar surpresos, pois Kelley Jakle, que é uma das amigas de Anna Kendrick e que participou da franquia com ela, aparece no filme interpretando uma das vítimas de Alcala. Devo dizer que as cenas em que Rodney se aproxima das suas vítimas com desculpas esfarrapadas para tirar fotos e ouvir suas histórias foram muito bem pensadas, pois, além de nos conectarmos com elas, somos surpreendidos com a frieza do serial killer, a ponto de ficarmos angustiados com aquela situação e torcer para que elas tentem reverter aquela situação, por mais que saibamos que não aconteceria. Todo o crédito vai para o excelente Daniel Zovatto que interpretou com maestria o serial killer. O ator já coleciona alguns longas de terror e suspense em sua carreira como “O Exorcista do Papa”, “Corrente do Mal” e “O Homem nas Trevas”, então eu já sabia da sua capacidade em interpretar personagens malucos e problemáticos. Fica bem claro que esse é um dos melhores papeis de sua carreira, pois ao mesmo tempo que ele consegue interpretar um lado doce do personagem, isso muda em um piscar de olhos ao vermos a mente diabólica por trás daquele olhar.
Arrisco dizer que um dos maiores pecados do longa e que talvez não vá agradar todo mundo, foi o fato de não focar com mais veemência em Cheryl Bradshaw, já que ele foi vendido assim mundialmente. Digo isso, pois o trailer transparece que o filme rodará inteiramente nela, mas não é o que de fato acontece. Além das cenas do programa de namoro, tivemos mais uns 4 ou 5 flashbacks que ajudar a elucidar ao público como funcionava o esquema de Alcala para enlaçar suas vítimas. Uma das melhores cenas, sem dúvidas, foi de Cheryl e Alcala no estacionamento após o fim do programa, que ao perceber que Cheryl lhe passou o telefone errado e não queria mais contato com ele, Alcala começou a persegui-la em um estacionamento deserto e escuro. A tensão tomou conta de todos na sala do cinema e alguns até tomaram um sustinho (kkkkkk).
A parte legal e curiosa dos flashbacks é que não sabíamos se todos se tratavam de passado, presente ou futuro. Por isso, a surpresa se deu com Autumn Best, que interpretou Amy, a última vítima do serial killer que conseguiu escapar com vida e fazer com que ele fosse apreendido pela polícia. Foi uma cena bastante intensa e desesperadora, mas que de fato encerra o filme com maestria e nos faz respirar depois daquelas 1h35m de tensão. Ao final do longa, vemos uma tela preta e aparecem alguns fatos relacionados ao caso real, onde nos damos conta que o número de vítimas pode ser gigantesco, já que nunca foram confirmadas a quantidade real de mortes por Rodney Alcala.
“A Garota da Vez” é um filme necessário e que ao mesmo tempo mostra o quanto as mulheres não foram ouvidas. Quantas mortes poderiam ter sido evitadas? Nunca saberemos. Anna Kendrick fez sua estreia em direção com chave de ouro e já estou ansioso para seus futuros projetos. É um filme para prêmios? Não chega nem perto disso. É um filme para entretenimento e isso já basta o valor do ingresso.
Nota: 4/5