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FICHA TÉCNICA
• Título: Lilo & Stitch
• Classificação indicativa: Livre
• Gênero: Comédia e Família
• Duração: 1 hora e 48 minutos
• Direção: Dean Fleischer Camp
• Elenco: Maia Kealoha, Sydney Agudong, Chris Sanders, Zack Galifianakis, Billy Magnussen, Kaipo Dudoit e Courtney B. Vince.
Sinopse oficial: Uma menina havaiana solitária faz amizade com um alienígena fugitivo, ajudando a remendar sua família fragmentada.
TRAILER OFICIAL
CRÍTICA COM SPOILERS
Saindo de um compilado de adaptações live-action bastante criticadas, a Disney surpreende de forma positiva com sua nova adaptação. Lilo & Stitch (2025), uma releitura do clássico de 2002, facilmente tira o estúdio de uma sequência de projetos mornos com a história de um personagem querido por várias gerações — e o público claramente vai se apaixonar.
O começo do filme é um pouco duvidoso visualmente. As cenas na nave espacial da Confederação Intergaláctica são facilmente confundíveis com um filme de animação, mas se disfarçam em meio à narrativa de um futuro tecnológico — apesar das figuras alienígenas deixarem um pouco a desejar — e a chegada do cenário completamente terrestre.
Por outro lado, Stitch (Chris Sanders) encanta com sua personalidade cativante e também pelo tratamento mais cuidadoso que a Disney teve em sua criação, em comparação com os demais personagens. Suas expressões conseguem destacar os momentos de humor, felicidade e drama com grande facilidade, fazendo parecer possível adotar um alienígena de estimação. Isso já não pode ser dito sobre Jumba Jookiba (Zach Galifianakis) e Agente Pleakley (Billy Magnussen): seus efeitos em CGI beiram o caricato e fragilizam a imersão do público em suas formas alienígenas — sendo um grande acerto do estúdio adotar versões totalmente humanas dos personagens na história.
O filme também mostra uma indecisão criativa nos live-actions mais recentes: realizar uma adaptação totalmente fiel ao material original ou criar uma narrativa completamente nova. O resultado disso é uma mistura de elementos que homenageiam o clássico e outros que tentam reinventá-lo, entregando algumas cenas sem muita profundidade. Um grande exemplo está na atenção desproporcional direcionada à realização de um plano de saúde por parte de Nani (Sydney Agudong) para garantir a guarda de Lilo (Maia Kealoha), enquanto normalizam a convivência com um “cachorro alienígena” falante no mundo real que conhecemos.
Apesar disso, a escolha de Maia Kealoha como melhor amiga de Stitch disfarça essas questões presentes na narrativa. Com apenas sete anos, a atriz-mirim impressiona com uma interpretação cativante da Lilo. Sua interação com um personagem criado totalmente por computação gráfica é surpreendente, considerando que suas cenas foram gravadas com uma bola de tênis para simular a experiência 626.
Por fim, é comum que falhas aconteçam e, essas em específico, não estragam a experiência do público. Com humor e repleto de gírias e expressões atuais, o filme consegue resgatar o espírito caótico, divertido e fofo de Stitch com sucesso. É com esse equilíbrio entre a nostalgia e as referências ao mundo atual que faz o espectador sair da sala de cinema com um sorriso no rosto — e uma sensação de quero mais.
Nota: 4/5