Onde Está Meu Coração
, nova série original Globoplay, nos mostra a princípio os dramas da jovem médica Amanda (Letícia Colin) . Bem sucedida e com uma estrutura familiar tradicional, Amanda se vicia em crack, tentando fugir da dura realidade dos hospitais públicos do Brasil.
Acompanhamos então não só o decair que a droga proporciona em diversas áreas de sua vida, mas também o colapso familiar que ocorre por consequência. A série foge assim do estereótipo do dependente químico pobre e desfavorecido, trazendo a tona uma realidade totalmente diferente do jovem rico que pode usar drogas recreativamente sem grandes preocupações.
O primeiro episódio será exibido na Tela Quente, para todo Brasil, no dia 3 de maio. Os assinantes Globoplay poderão assistir a série na íntegra no dia 4 de maio.
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Nessa sexta-feira (30), o Séries Brasil teve a oportunidade de participar de uma coletiva virtual com os criadores e o elenco de Onde Está Meu Coração, onde conversamos um pouco sobre as expectativas para o lançamento e as temáticas da trama.
A entrevista contou com a participação dos autores George Moura e Sergio Goldenberg, a diretora artística Luísa Lima e também os atores: Letícia Colin, Fábio Assunção, Mariana Lima e Daniel de Oliveira.
Os criadores
George Moura
e Sergio Goldenberg falaram sobre a criação da personagem Amanda. Uma vez que era imprescindível que a obra tratasse do tema dependência química com muita cautela e propriedade, houve uma longa pesquisa prévia. Criadores e elenco se reuniram diversas vezes com grupos e clínicas de reabilitação, além participarem de rodas de conversa e visitas à Cracolândia.
Sergio Goldenberg destacou também a importância dos relatos cedidos por jovens estudantes de medicina, que assim como Amanda, recebem muito cedo um grande fardo de responsabilidades. A busca incansável pela perfeição, viver se comparando diante das conquistas dos outros e a necessidade de se distanciar de todos esses problemas foram fatores determinantes para o envolvimento da personagem com o crack.
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A diretora artística Luísa Lima ressaltou a importância de tratar o vício em drogas como um problema de saúde pública, que não opta por gênero, cor ou classe social. “A série mostra que o crack é um problema que é preciso ser tratado como sociedade e não como indivíduo.”– reforçou.
O elenco
A atriz Leticia Colin falou sobre as dificuldades e prazeres de uma estreia na pandemia. Sobretudo, a desvalorização da cultura do país nos últimos anos, e a dádiva de emocionar o público com uma história tão relevante. “Nosso ofício é mexer com as emoções” – concluiu.
A protagonista ainda revelou detalhes sobre a visita que fez à Cracolândia: “É um espaço de resistência. Um ambiente de relações familiares, muita compreensão e afeto. Agradeço muito a cada um que dedicou um minuto do seu tempo para conversar comigo.”
Sobre a necessidade de inserir o diálogo sobre drogas com os filhos, o ator Fábio Assunção, que interpreta o pai de Amanda na trama, afirmou: “Os pais devem conversar sobre tudo com muito amor mas muita clareza, pois os filhos são e serão responsáveis por suas ações. A verdade e a transparência nos ajudam a evoluir como espécie”.
Mariana Lima e Daniel de Oliveira também concordaram sobre a urgência de humanizar o dependente químico, lutando contra a imagem construída de uma alma que vaga sem esperança.