Título:
Leah Fora de Sintonia
Título Original: Leah on the Offbeat
Autor(a): Becky Albertalli
Páginas: 320 páginas
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788551003817
Valor Médio: R$ 39,90
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Leah Fora de Sintonia (Intrínseca, 2018) é mais um dos livros da maravilhosa Becky Albertalli, ambientado no conhecido Simonverse. Desse modo, o livro que deu origem a esse Simonverse é o Best-Seller Com amor, Simon (Intrínseca, 2015) e conta com outros livros como ‘Os 27 crushes de Molly (Intrínseca, 2017) e ‘Com amor, Creekwood (Intrínseca, 2020).
Antes de mais nada o livro dá continuidade aos acontecimentos de “Com amor, Simon”, porém não é necessário ter lido ele para poder se aventurar na história de Leah. Apesar de o livro ser uma continuação, Becky tomou o cuidado de dar algumas explicações sobre alguns fatos e pegar leve nas referências ao primeiro livro.
Então sim, você pode ler primeiro Leah. Mas eu recomendo que comece com Simon!
A primeira vista somos apresentados a personagem principal Leah, já conhecida como a melhor amiga de Simon! Porém, conheceremos muito mais profundamente ela, de uma forma que no primeiro livro não foi possível conhecer! Nesse sentido, o livro é escrito em primeira pessoa e o eu-lírico é a própria Leah. A narração de Becky Albertalli continua impecável, leve, descontraída e segue sendo uma das melhores que eu já tive a oportunidade de ler.
Apesar disso, Leah foi quem não agradou muito.
Ao contrário de Simon, Leah é uma personagem muito difícil de lidar. Além de toda a narração estar envolta em um sarcasmo e um humor mórbido, a personagem consegue criar uma bola de neve completamente desnecessária.
Todos os alunos estão no último ano do colégio e se preparando encerrar um ciclo, procurar faculdades e começar um novo caminho, mas parece que Leah não está pronta. Ao passo que a história continua, podemos perceber que a personagem se sente abandonada e apavorada em deixar o colégio, seus amigos, sua banda e ter que começar uma nova vida. Mesmo que todos os seus amigos estejam ansiosos demais com essa ideia.
E para piorar tudo, ela se apaixona por uma garota.
Ao mesmo tempo que Leah está surtando com toda a relação de final de colegial, ela tem problemas com a mãe e seu novo namorado. E como se não fosse o suficiente, ela percebe que todo o ódio e ranço que ela sentia por uma certa personagem, na verdade era amor. Porém, essa personagem é uma garota, é hetero e namora alguém do seu ciclo de amigos.
A bomba já veio pronta.
Nesse sentido, podemos chegar a uma conclusão: Leah é uma adolescente! Quando você se entrega a esse leitura, você percebe que Leah é o espelho e a realidade de quase todos os adolescentes desse século. Ela se vitimiza por tudo e qualquer problema para ela é um desespero, sem conversa, sem resposta, sem solução. A mala só vai aumentando de tamanho.
Isso é ser adolescente! A maioria de nós somos ou já fomos a Leah em algum momento.
Em primeiro lugar, mesmo já sendo um pouco Leah em algum momento da vida, não teve um segundo do livro que eu não quis dar uns tapas nela e mandar ela acordar para a vida. Mas acima de tudo, isso é a magia que os livros da incrível Becky Albertalli nos trazem. Parece que estamos lendo a história real de nossos amigos, contada por nossos amigos. A leveza, a suavidade. Eu literalmente me perdia na leitura.
Porém nem tudo são rosas e no caso de Leah, são espinhos.
Ao passo que o livro é leve e faz com que o leitor se sinta dentro dele e se perca, a história não chega nem aos pés do que foi a construção de ‘Com amor, Simon’. A história de Leah e sua paixão é muito conturbada na própria cabeça da Leah e não tem nada de muito novo ou grande como a história de Simon. Isso faz com que nos perguntemos, qual a necessidade desse segundo livro. Apesar de eu ter adorado, com toda a história e continuidade do Simonverse, é complicado.
Em diversos momentos as referências nos fazem surtar com alguns acontecimentos, principalmente com os personagens secundários e o próprio Simon. Mas com a Leah? Nada muito grandioso.
As piadas internas e clichês entre os nosso casais continuam.
Por fim, eu recomendo bastante aos amantes do universo de Simon que leiam essa continuação e surtem de nostalgia. Mas que os buracos existem e a necessidade desse livro é posta em pauta, isso não tem como negar.