82 anos após o lançamento da animação Pinóquio, estreia no Disney Plus a versão live action da história do boneco de madeira que queria ser um menino de verdade.
Essa é a primeira versão que será lançada em 2022. A Netflix também está fazendo uma produção do cineasta Guillermo del Toro, que estreia em dezembro deste ano. Essas duas histórias sendo lançadas muito próximas, pode causar confusão para o público.
O filme da Disney, que estreou dia 8 de setembro, traz um elenco de peso. Com Tom Hanks como Gepeto, Cynthia Erivo como a Fada Azul, Benjamin Evan Ainsworth como Pinóquio, Joseph Gordon-Levitt como Grilo Falante e o Luke Evans como o Cocheiro.
Esse novo filme atualiza elementos do filme de 1940. Ele mantém os ensinamentos da história original, caprichando nos efeitos visuais e brincando com a mistura de CGI e cenários reais. Mas, acaba caindo nos problemas que outras histórias clássicas da Disney passaram ao serem trazidas para o formato de live action.
O Séries Brasil foi convidado para assistir uma sessão especial no cinema. Confira a crítica abaixo sobre Pinóquio (2022):
Elenco
A maioria dos personagens se encaixa bem no seu papel, o que não é uma surpresa com os grandes nomes que compõe o filme.
O ator que merece uma menção especial é o Tom Hanks, que está perfeito como Gepeto. Sua caracterização nos faz esquecer quem está fazendo o papel e ele está completamente imerso no personagem.
Agora, o ator de voz do Pinóquio (Benjamim Evan Aisnworth) está bem na construção do que foi proposto para o personagem. Apesar de estar fiel à atuação da animação original, algumas reações ficaram muito caricatas e se perderam um pouco na profundidade da cena.
Os demais do elenco, como a Cynthia Erico (Fada Azul) e o Luke Evans (Cocheiro), tiveram uma participação muito pequena na história e foram apresentados de uma forma bem caricata. Esses personagens funcionaram melhor no formato de animação, que proporciona com mais eficácia o lúdico que dentro do formato live action causa uma certa estranheza.
A história do Pinóquio (2022)
Uma grande controvérsia de refazer essas grandes produções clássicas da Disney em live action, é a pouca mudança nas histórias. O preciosismo faz com que esses filmes sejam praticamente uma refilmagem dos antigos, que nos leva a pensar se realmente era necessário refazer essa história.
Apesar disso, é uma boa oportunidade para corrigir conceitos e elementos que existem nos filmes clássicos, mas que não cabem mais nos dias atuais.
Por exemplo, no filme de 1940 as crianças fumavam charutos e bebiam. Isso nunca aconteceria em um filme atual, principalmente da Disney. Por isso, atualizaram esses conceitos ultrapassados do que era aceitável em um filme de antigamente, tornando o filme mais apropriado para crianças.
Outro acerto que tiveram foi aprofundar melhor o personagem do Gepeto, utilizando bem o Tom Hanks para trazer a carga dramática. Mas, infelizmente, isso se perdeu após a introdução do elemento fantástico.
O Pinóquio é extremamente infantil e os diálogos com o Grilo Falante são rasos e beiram o óbvio. O que faz sentido, já que o personagem é um menino extremamente ingênuo, que acabou de adquirir consciência, e os ensinamentos que o Grilo passa são direcionados para crianças muito novas.
Mas, essa mistura do drama com elementos muito infantis acabam se tornando conflitantes. O filme não parece definir uma linguagem que o acompanhe em toda a narrativa.
A Disney é muito conhecida por criar histórias que atinjam todas as idades. Nesse filme, parece que ao invés de construir uma linguagem que funcione para todos os públicos, eles tentaram inserir elementos diferentes em partes diferentes.
Fora isso, adicionaram personagens e arcos narrativos sem muito objetivo para a história principal. Fazendo com que o filme criasse uma barriga ao longo do segundo ato.
Efeitos visuais
É um dos filmes mais bonitos da Disney. Os efeitos visuais estão excelentes e os cenários são deslumbrantes.
A animação do Pinóquio está impecável, muito detalhada, principalmente a textura da madeira. A maneira que ele se movimenta é muito bem planejada e faz você acreditar que um boneco de madeira ganhou vida.
O CGI dos personagens está perfeito, eles conseguiram colocar esses elementos fantasiosos inseridos dentro do mundo real de forma crível, sem causar estranheza. E, com um nível de detalhe que faz o digital se misturar com a realidade.
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Apesar de algumas inconsistências narrativas, é um filme bom para um público mais novo ter o primeiro contato com a história do Pinóquio. Já que o filme de 1940 acabou se tornando muito datado, é uma atualização decente para a história.
Porém, o público mais velho não deve criar muitas expectativas, já que a narrativa não é profunda e as lições que a história traz é repetitiva.
Nota: 6/10