Título:
Cursed – A lenda do lago
Título original: Cursed
Autor(a): Thomas Wheeler e Frank Miller
Páginas: 416
Editora: Harper Collins Brasil
ISBN:8595084742
Valor médio: R$ 39,90
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Hoje falamos muito sobre sagas literárias, o que entendemos com uma história dividida em vários livros distintos. No entanto, o sentido original de saga é a coletânea de histórias, sobretudo orais, que se espalhavam no norte da europa medieval, sobretudo com os povos vikings, celtas e outros. Nessas tramas, heróis, deuses, magos e muitas outras narrativas fantásticas se mesclavam com a história dos povos para construir narrativas que bradavam suas conquistas e as características de seus povos. Sem dúvidas, uma das sagas mais famosas é a do rei Arthur além de ser uma das sagas mais reescritas atualmente e transformadas em novas obras literárias, filmes e séries. Cursed – A lenda do lago (Harper Collins, 2020) é um exemplo dessas reescritas.
Nessa nova história, a protagonista da trama se chama Nimue, uma moradora da aldeia do Povo do Céu. Ela mora com sua mãe, Lenore. A aldeia da personagem é formada pelo povo do céu, os quais mantém uma relação de descendência com os ocultos, entidades invisíveis da natureza. Essa relação explica muito das coisas misteriosas que acontecem com a protagonista e, aparentemente, envolve magia. Por essa e outras razões, a menina sempre foi rejeitada na aldeia, o que a faz fugir um dia, mesmo com o risco eminente de forças cristãs que estão caçando o seu povo e todos os outros que parecem fugir a norma cristã. É aí que a jornada da personagem começa e se intensifica as relação com a saga arturiana, sobretudo após alguns acontecimentos que resultam em uma missão para a protagonista: devolver uma espada misteriosa para o mago Merlin.
Como mencionei no início da resenha, são inúmeras as tramas que imaginam de um novo ponto de vista a história do Rei Arthur. Então imaginar essa nova trama a partir do ponto de vista de uma mulher acrescenta uma nova atmosfera para a trama, sobretudo pensando o papel da mulher naquela época e, sobretudo, ao acrescentar a igreja católica na trama, responsável por queimar inúmeras “bruxas” na Idade Média. Isso acrescenta tanta originalidade para a trama que, por vezes, nem parece que ela anda por caminhos já traçados anteriormente. É, sem dúvida, uma das maiores razões para ler o livro.
Outro aspecto que faz a leitura ser muito interessante e cativante são as ilustrações que se estendem ao longo do livro. Os autores da obra são, um produtor e roteirista famoso de produções audiovisuais e um importante desenhista de histórias em quadrinhos. Juntos, eles encontraram uma forma de mesclar o texto às imagens e, definitivamente, isso trouxe um efeito especial para a narrativa. Desse modo, fica bem claro como o autor imaginou esse novo universo da saga do Rei Arthur, tanto em termos verbais quanto visuais.
Por fim, se você é fã das histórias arthurianas ou simplesmente adora fantasias medievais, não tenho dúvida que de esse livro fará muita diferença na sua estante. Enxergar Merlin, Arthur, Morgana e a própria Excalibur pelo olhar de Nimue ilumina e oxigena um universo já tão conhecido em um produto totalmente novo e cheio de novas possibilidades.
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