A peça ‘SobreVidas’, montagem do Grupo Trapo feita a partir da obra “Vidas Secas” – de Graciliano Ramos – esteve em cartaz nos meses de outubro e novembro, no Teatro Giostri, localizado na zona sul de São Paulo.A equipe do Séries Brasil esteve na apresentação de encerramento da temporada e teve a oportunidade de conferir de perto o desempenho do elenco.
Grupo Trapo
O Grupo Trapo é um grupo de teatro paulistano, criado há mais de duas décadas pelo ator e diretor Muriel Vitória.Com sede no bairro da Consolação, em São Paulo, o grupo atua diretamente na região central da cidade desenvolvendo trabalhos baseados em comportamentos humanos e cultura popular, utilizando como expressão e estética os elementos corporais pautados no Teatro de Investigação Corporal. O coletivo tem como foco montagens teatrais oferecidas a espaços populares para difundir a arte a todos os tipos de público e fomentar temas que são pertinentes na sociedade atual. Apoiando iniciativas com ações que visam o estreitamento de laços entre a arte e a sociedade.Entre suas principais montagens, podemos citar “As Desmemorias da Emília – A Marquesa de Rabicó”, “O Quintal da Casa de Dorothy” (inspirado livremente na obra de L. Frank Baum) e “O Planeta Fantástico do Principezinho” inspirado na obra de Antoine de Saint- Exupéry.
A peça SobreVidas
De acordo com o próprio grupo, “SobreVidas” é um retrato profundo do tempo percorrido pelos personagens centrais ao encontro de uma oportunidade de melhor existir e resistir em um sertão escasso de possibilidades, mas farto de gente honesta, de devoção e de festa; nos convidando a refletir sobre questões sociais, existenciais e culturais.
O diretor Muriel Vitória (Baiano e filho de pais sertanejos) parte da obra “Vidas Secas”, do autor modernista Graciliano Ramos, para produzir este espetáculo que investiga a figura do sertanejo em sua essência, explorando temas para além da miséria, como a fé, os costumes, as pequenas felicidades e os conflitos que permeiam os personagens centrais da obra.
Confira a sinopse:
O espetáculo “SobreVidas” (adaptação de “Vidas Secas”) retrata os momentos de uma família de retirantes que atravessam o sertão nordestino, fugindo da miséria em busca de uma vida melhor.
Fabiano e Vitória possuem três filhos: o mais novo Pedro, o mais velho Tom e a filha do meio Mariana.
Mesmo sobrevivendo à miséria, a mãe não perde a fé, o pai não perde a coragem e as crianças anseiam pelo futuro. Já Baleia, o cachorro, amado pela família, no decorrer da história adoece e, por fim, morre.
Ficha Técnica:
Direção Geral, Concepção e Adaptação: Muriel Vitória
Iluminação: Muriel Vitória e Gabriel Oliveira
Produção: Grupo Trapo
Direção de Produção: Diego Britto
Elenco:
Natália Codo ( Vitória ) Henri Barci ( Fabiano ), Ton ( Wellington Nascto ), Lis Santos
( Mariana ) , Pedro Pó ( Pedro ), Bruno Bertolli ( Seu Elias ), Gabriel Oliveira ( Soldado ),
Vitória Maia ( Maria ), José Galcar (Baleia).
Cenografia, Figurinos e Adereços : Muriel Vitória, Lis Santos e Bruno Bertolli
Social Media: Lis Santos
Fotografia: Gabriela de La Torre
Produção Musical: Katu Haí e Muriel Vitória
Classificação indicativa do espetáculo:
12 anos
Nossa opinião sobre a montagem
Se pudéssemos escolher uma única palavra para definir nossa experiência seria “arrependimento”. Arrependimento por não termos prestigiado antes esse espetáculo! VEJA TAMBÉM: Halloween | Por onde anda o elenco de HalloweenTown?SobreVidas fala sobre miséria, mas com uma farta abundância de talento. Mesmo conhecendo a obra que deu vida a essa adaptação teatral, o público não está preparado para o que é apresentado. Com um trabalho corporal forte e um elenco diverso em facetas, a peça transpira brasilidade. Com uma mistura rica de elementos culturais, o grupo nos convida a navegar pelas raízes do sertão, através da música, do real e do lúdico.Entre os personagens, não podemos deixar de citar Maria, interpretada por Vitória Maia. Ora lavadeira, ora entidade, Maria nos entrega a cultura pela musicalidade. Uma personagem forte, que flutua no palco, se fazendo notar.
Um membro importante da família também merece nossa atenção: Baleia, o cachorro. Que nos é apresentado em uma forma humanizada, pelo ator José Galcar. Mesmo sem falas, se fazendo presente a todo momento através do movimento, o personagem conseguiu cativar e emocionar.
Fato interessante ao falarmos de Baleia, é que a montagem explora bem o animalesco em diversas cenas, o que reforça o intenso trabalho corporal proposto pelo grupo.
Esperamos ansiosos por uma nova temporada.
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