Título:
Os sete maridos de Evelyn Hugo
Título original: The seven husbands of Evelyn Hugo
Autor(a): Taylor Jenkins Reid
Páginas: 360
Editora: Paralela
ISBN: 9788584391509
Valor médio: 44,90
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O período dos anos 50 e 60 foram um tanto quanto conturbados em Hollywood. O cinema crescia em proporções inimagináveis e o preconceito, das mais variadas formas, continuava a ser extremamente presente. E é a esse mundo que somos apresentados através da escrita da autora Taylor Jenkins Reid. Foi meu primeiro contato com ela e certamente não será o último, pois é impossível não se apaixonar após a leitura de Os sete maridos de Evelyn Hugo (Editora Paralela, 2017).
Nesse maravilhoso livro somos introduzidos à Evelyn Hugo, uma famosa atriz de Hollywood que teve um enorme sucesso por volta dos anos 50. Ela lutou muito para chegar onde está e passaria por tudo de novo para ser reconhecida. Evelyn sempre teve a determinação como uma de suas maiores características. Personagem forte e com seus ideais muito bem estabelecidos, obrigada. Mas como nem tudo são flores, assim como dito no próprio nome do livro, a atriz já foi casada sete vezes. Considerada um sex symbol de seu tempo, Evelyn Hugo, agora com 79 anos, decide fazer um leilão de seus vestidos clássicos. Ela iria doar o dinheiro para a causa do câncer de mama. Em meio a essa situação, a assessoria da atriz vai atrás da revista Vivant. Na realidade, ela queria a jornalista nem tão experiente Monique Grant. Sua chefe reluta, afinal, não quer arruinar uma entrevista exclusiva com Evelyn Hugo, mas no fim aceita. Monique vai então até a residência da atriz, mas se depara com uma surpresa. Evelyn queria que ela escrevesse uma biografia 100% sincera de sua vida, com detalhes sórdidos e profundos de toda a sua existência. Monique fica um tanto quanto surpresa, afinal não é muito experiente na área, mas está disposta a aceitar esse como o trabalho de sua vida.
“Isso não te incomoda? Que seus maridos tenham se tornado um assunto tão importante, mencionado tantas vezes nas manchetes, que quase ofuscaram você e seu trabalho?”
Impressiona como a leitura deste livro é imersiva. Ler detalhe por detalhe de uma trajetória, na qual a persistência é sempre presente, se torna muito real. Em diversos momentos da experiência, eu parava para me perguntar se Evelyn Hugo era de fato fictícia. O modo como a escritora nos faz pensar que tudo aquilo foi real é uma das mais marcantes características da história.
O nome do livro é real. Evelyn foi de fato casada sete vezes, mas por motivos diferentes. Inclusive, os capítulos do livro são divididos pela quantidade de maridos. Isso pode parecer muito para um livro de 360 páginas, porém, posso comprovar que eles passam muito rápido. Sou testemunha disso. Conhecemos a jornada que uma latina daquela época e seus percalços para chegar ao auge em Hollywood. Todos as suas nuances durante o seu desenvolvimento e, então, nos apaixonamos pela atriz. É incrível o que Taylor Jenkins Reid faz aqui. Evelyn Hugo não é a mulher perfeita. Ela comete erros assim como todos nós, mas ainda assim consegue ser viciante a acompanhar.
O livro intercala momentos do passado da atriz, juntamente do presente da jornalista Monique Grant. São pequenos trechos, mas que criam questões importante para história. Por exemplo, por que Evelyn Hugo queria que a escritora de sua biografia fosse especificamente Monique? Sempre que o ponto de vista é atual, essa situação é lembrada, e a explicação ocorre em algum momento da obra.
“Eles são só maridos”
No entanto, sempre que isso acontece, praticamente imploramos para a jornalista retornar para a residência de Evelyn Hugo. A vida dela é muito interessante para parar de ler, e os sete maridos nem é a melhor parte dos acontecimentos. A atriz nos puxa com uma narrativa cheia de imersão e você só lembra que ela foi casada tantas vezes quando muda o capítulo.
Por fim, vale ressaltar que a leitura nem sempre apresenta elementos alegres e interessantes, sendo, por vezes, representativa de momentos de agressão doméstica e homofobia. Infelizmente, são coisas que ainda acontecem e eram ainda mais comuns nos anos 50. Mas isso não tira o brilho da história. Não quero dar muitos detalhes porque seria spoiler, mas posso dizer que vale a pena.
Em os sete maridos de Evelyn Hugo, você irá encontrar de tudo um pouco. Desde detalhes sórdidos até coisas tão fofas que te colocam um enorme sorriso no rosto. Tem também muita representatividade. No final da leitura, você certamente terá chorado, afinal, motivos não faltam. Pode ser pelas situações ocorridas, pelo triste final ou por ter encerrado um livro tão bom que você duvidará se irá encontrar outro assim. E claro, na pior nas hipóteses, chorará por todas essas razões, assim como eu.
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