Todos os Mortos
, que estreou no Festival de Berlim e foi premiado três vezes no Festival de Cinema de Gramado, chega enfim aos cinemas na próxima quinta-feira (10/12).
Escrito por Caetano Gotardo e Marco Dutra, Todos os Mortos possui uma narrativa extremamente brasileira. De volta a 1899, a trama acompanha as irmãs da família Soares.
Em São Paulo, em meio as grandes lavouras de café, as irmãs grandes proprietárias de terra buscam se beneficiar dos privilégios que lhes restam.
Afinal, a abolição da escravatura já ocorreu há mais de dez anos. Em contrapartida, Iná Nascimento (Mawusi Tulani) viveu escravizada sua vida inteira. Portanto, se encontra em uma sociedade que exclui e não dá espaço para a população negra. Desse modo, a luta para reunir seus entes queridos é urgente e complicada.
O passado é horripilante, mas o presente também não traz esperança ou conforto.
Sinopse
Os dois núcleos se reúnem quando Isabel Soares (Thaia Perez), mãe de Ana (Caroline Bianchi) e Maria (Clarisse Kiste), adoece. Vendo a matriarca da família ficando mais doente a cada dia que passa, Ana então decide pedir ajuda a Iná.
Contrariada, uma vez que é freira e extremamente religiosa, Maria vai até Iná e pede que ela pratique um falso ritual, para não ferir o cristianismo da família.
Primeiramente, Iná aceita a proposta e vai até a casa. No entanto, quando o ritual começa, ela decide fazê-lo da forma correta. Os efeitos causados por suas preces são visivelmente eficazes. As fortes dores de Isabel desaparecem.
Porém, Ana também muda completamente. Agora, ela é capaz de ver em sua casa todos os escravos que já morreram no local, e não sabe como lidar com a situação sozinha.
Confira o trailer oficial:
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A narrativa não só torna visível como o racismo está enraizado na sociedade e como ela se estruturou nos pilares atuais a partir disso, mas também revela a intolerância religiosa.
Ao longo da trama, em diversos momentos as mulheres brancas fazem suposições sobre as crenças de Iná. Isso mostra a ignorância e o desrespeito do povo brasileiro com as religiões de matriz africana, que perdura até hoje.